Nova rodada de consulta a lideranças de comunidades vulneráveis revela:
- O aumento das mortes pela Covid-19 tornou-se flagrante para as comunidades: os relatos foram de 0% na primeira para 16,5% nesta segunda rodada de entrevistas. A expansão do contágio, que havia marcado 5,6% dos informes, saltou para 30,4% nesta segunda onda de monitoramento.
- A fome e falta de renda se mantêm na lista dos problemas graves apontado pelas lideranças, que não conseguiram superar a desinformação, as notícias falsas e os desencontros entre recomendações das autoridades públicas. 40% dos entrevistados afirmaram que a distribuição de alimentos é insuficiente.
- 90% das lideranças citaram que os próprios moradores, associações locais e entidades religiosas das comunidades de alta vulnerabilidade passaram a se mobilizar para mitigar os impactos da pandemia.
- A multiplicação de estratégias de arrecadação e doação de alimentos, somam-se às iniciativas voltadas para o incremento de renda e melhoria da informação despontam nas comunidades como esforço de auto-organização. Além da pequena presença os partidos, associações de classe e grandes empresas são olhados com suspeição.
- O poder público, em seus diferentes níveis, é tratado com desconfiança e descrédito. Sua ineficiência ou ausência estimula a formação de redes de moradores e entidades voltadas para garantir a sobrevivência nas comunidades.
- O reconhecimento e o suporte público e privado a essa malha de solidariedade é vital para que um grande número de famílias possa resistir à Covid-19.
Equipe Responsável pela Nota Técnica No.12
Coordenação:
- Graziela Castello (CEBRAP)
- Priscila Vieira (CEBRAP)
- Monise Picanço (CEBRAP).
Pesquisadores:
- Dafny Almeida (CEBRAP)
- Daniela Costanzo (CEBRAP)
- Jaciane Milanezi (CEBRAP)
- Jonatas Mendonça dos Santos (USP)
- Laura Simões (USP)
- Rodrigo Brandão (USP)