Consulta a 1.654 moradores de Fortaleza, Goiânia, Manaus, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Paulo e Porto Alegre permitiu a comparação entre as práticas de distanciamento social daqueles que receberam e aqueles que não receberam a Renda Básica Emergencial (RBE), apesar de elegíveis.
Principais conclusões:
- Nas duas semanas anteriores às entrevistas, os não beneficiados pelo programa deixaram suas casas em 3,43 dias enquanto os que os que receberam o auxílio deixaram suas casas 3,51dias1.
- Não há evidências de que a mobilidade foi menor no grupo beneficiado pelo programa do governo federal.
- Apesar dos problemas de concepção e de operacionalização, o programa emergencial atingiu segmentos vulneráveis da população, o que confirma análises já apresentadas em outros Boletins da Rede.
- As mulheres e aqueles que não se identificam como brancos foram o que mais receberam o auxílio do governo. Ao mesmo tempo, os maiores de 55 anos receberam menos auxílio emergencial.
- Aqueles que receberam o auxílio saíram mais de casa para ir ao banco e para fazer compras de comida e produtos essenciais, enquanto os que não receberam deixaram suas casas para outras atividades, com destaque para as esportivas e, em menor extensão, para trabalhar.
- O indicador de risco de contaminação pela Covid-19 foi maior entre os beneficiados pelo programa de renda básica emergencial.
Equipe Responsável pela Nota Técnica No.15
Coordenação:
- Lorena Barberia (DCP-Universidade de São Paulo)
- José Eduardo Krieger (Incor-FMUSP)
- Marco Antônio Gutiérrez (Incor-FMUSP)
- Kelly Senters Piazza (DFPS – United States Air Force Academy)
Pesquisadores:
- Wedgide Bourdeau (United States Air Force Academy)
- Ingrid Castro Silva (USP)
- Maria Letícia Claro de F. Oliveira (USP, CEPESP/FGV)