Background
Orphanhood and caregiver death can have severe consequences for children. Timely and accurate data can guide policy, particularly during health crises like COVID-19. The aim of our study is to present national and subnational analysis of both all-cause and COVID-19-associated orphanhood and caregiver death in Brazil and compare our model outputs with bespoke administrative datasets.
Methods
We use publicly available national datasets to estimate the number of Brazilian children experiencing parent and caregiver loss due to all causes and COVID-19 in 2020–2021.
Findings
An estimated 1,300,000 (95% uncertainty interval, 1,190,000, 1,430,000) children in Brazil experienced loss of one or multiple parents and/or co-residing caregivers. 673,000 (652,000, 690,000) were estimated to have lost one or both parents, of which 149,000 (144,000, 154,000) were COVID-19 associated; 635,000 (534,000, 758,000) children were estimated to have lost a co-residing grandparent or other kin, of which 135,000 (85,900, 199,000) were COVID-19 associated. Orphanhood varied substantially across states, with the rate of all cause parental orphanhood highest in Roraima at 17.5 (15.6, 20.6) per 1000 children and the lowest in Santa Catarina at 9.5 (8.7, 10.4) per 1000 children. COVID-19-associated orphanhood was also unevenly distributed, with Mato Grosso experiencing the greatest rate, at 4.4 (3.9, 5.3) per 1000 children, while Pará experienced the lowest rate of 1.4 (1.2, 1.8) per 1000 children. Comparisons with limited data from Brazil’s civil registry offices and (manually reviewed death certificates in Campinas found a similar demographic distribution of orphanhood. However, our estimates suggested that administrative sources undercount orphanhood.
Interpretation
Our findings highlight the extent of orphanhood in Brazil and large inequalities between states. Comparisons between administrative data and model estimates show similar temporal patterns and proportions of maternal and paternal orphanhood but different magnitudes. This suggests that strengthening vital registration systems can put children at the center of public health responses globally.
Introdução
A orfandade e a morte de um cuidador podem ter consequências graves para as crianças. Dados oportunos e precisos podem orientar a política, principalmente durante emergências de saúde como a COVID-19. O objetivo do nosso estudo é apresentar análises nacionais e subnacionais da orfandade devido a todas as causas de morte de cuidadores e das mortes de cuidadores associadas à COVID-19 no Brasil e comparar os resultados com dados administrativos personalizados.
Métodos
Usamos dados do Brasil disponíveis publicamente para estimar o número de crianças brasileiras que sofreram perda de pais e cuidadores devido à todas as causas de morte e à COVID-19 em 2020-2021.
Resultados
Estima-se que 1.300.000 (intervalo de incerteza de 95%, 1.190.000, 1.430.000) crianças no Brasil sofreram a perda de um ou múltiplos pais e/ou cuidadores que co-residiam no domicílio. Estima-se que 673.000 (652.000, 690.000) perderam um ou ambos os pais, dos quais 149.000 (144.000, 154.000) morreram devido à COVID-19; estima-se que 635.000 (534.000, 758.000) crianças perderam um avô co-residente ou outro parente, dos quais 135.000 (85.900, 199.000) morreram devido à COVID-19.
A orfandade variou substancialmente entre os estados, com a taxa de orfandade parental por todas as causas mais alta em Roraima, 17,5 (15,6, 20,6) por 1.000 crianças, e a mais baixa em Santa Catarina, 9,5 (8,7, 10,4) por 1.000 crianças. A orfandade associada à COVID-19 também foi distribuída de forma desigual, com Mato Grosso experimentando a maior taxa, 4,4 (3,9, 5,3) por 1,000 crianças, enquanto o Pará experimentou a menor taxa, 1,4 (1,2, 1,8) por 1.000 crianças.
Comparações com dados limitados dos cartórios de registro civil do Brasil e das declarações de óbito revisadas manualmente na cidade de Campinas encontraram uma distribuição demográfica semelhante da orfandade. No entanto, nossas estimativas sugerem que as fontes administrativas subestimam a orfandade.
Interpretação
Nossos resultados destacam a extensão da orfandade no Brasil e as grandes desigualdades entre os estados. Comparações com dados administrativos mostram padrões e proporções temporais semelhantes de orfandade materna e paterna, mas magnitudes diferentes. Isso sugere que o fortalecimento dos sistemas de registro vitais pode colocar as crianças no centro das respostas de saúde pública em todo o mundo.

