A atual crise gerada pela Covid-19 já deixou em seu rastro pelo menos três grandes marcas: a primeira está cravada no alto custo em vidas e sequelas que feriram populações imensas em um curto espaço de tempo; a segunda responde pela aguda recessão e consequente diminuição do emprego, de salários e de renda, fechamento de empresas e desorganização da economia, com aumento das desigualdades e da pobreza; a terceira, está ligada à corrosão institucional e à disseminação do medo e da perplexidade na sociedade.
A enorme onda de insegurança que percorre os países afetará de modo duradouro o modo de se viver e trabalhar. As decisões de hoje desenharão os contornos das sociedades para as próximas gerações, que terão de aprender a conviver com a incerteza. Essa nova realidade terá especial significado para a educação, para a produção de ciência e a tecnologia. E exigirá mudanças substantivas de nossas escolas e universidades.
Neste Café refletimos sobre essas questões, que contou com a presença do professor titular do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) e Coordenador Geral do Observatório de Inovação do Instituto de Estudos Avançados da USP, Glauco Arbix.