No dia 26 de junho o Brasil registrou 1.279.316 casos e 56.057 óbitos por COVID-19, mantendo o país em segundo lugar no número de casos e de óbitos, atrás somente dos Estados Unidos. Embora os números continuem a crescer no país muitos estados têm, desde a primeira semana de junho, flexibilizado as medidas de isolamento social e argumentado uma possível estabilização ou redução na taxa de crescimento de casos e óbitos novos. Entretanto, isto não ocorre em todos os estados do país.
Figura 1 – Casos e óbitos novos por COVID-19 no Brasil por Unidade Federativa entre 11 a 24 de junho em comparação com o período de 28 de maio a 10 de junho.
A Figura 1 ilustra a evolução da pandemia COVID-19 no Brasil no último mês, ou seja, de 28 de maio a 26 de junho. Os mapas apresentam os estados que apresentam redução e/ou aumento no número de casos e óbitos novos por COVID-19 ao comparar a média de casos e óbitos novos obtida entre 11 e 24 de junho com os mesmos valores referentes ao período de 28 de maio a 10 de junho. Observando os mapas é possível verificar que o número de casos e óbitos por COVID-19 reduziu em alguns estados que foram epicentros no primeiro momento da pandemia no Brasil, principalmente Amazonas, Pará e Ceará. Também é possível identificar estados que não apresentaram redução no número de casos e de óbitos durante o período analisado ou a oscilação apresentada foi muito pequena, como nos estados de São Paulo e Bahia.
Entretanto, o último mês registra o crescimento de casos e óbitos em boa parte do país, o que tem sido chamado de interiorização da pandemia. Ao observar os mapas é possível verificar que alguns estados apresentaram aumento no número de casos e de óbitos desde 11 de junho, principalmente os estados localizados na região centro-oeste do país. Em relação ao número de casos o Mato Grosso do Sul tem se destacado como o estado com maior aumento registrado; enquanto o estado de Goiás tenha apresentado o maior aumento no número de óbitos por COVID-19 em relação ao período anterior.
Esta diferença na evolução da pandemia é exemplificada pela evolução da pandemia nos estados no Amazonas e Minas Gerais, como é observado na Figura 2, onde é apresentada a evolução no número diário de casos e óbitos por COVID-19 em ambos os estados. Os gráficos mostram como o estado do Amazonas apresentava maior número de casos e óbitos por COVID-19 em comparação com o estado de Minas Gerais até a primeira quinzena de junho, quando o estado de Minas Gerais passou a registrar um número superior de casos e óbitos. Esta evolução no número de casos e óbitos em estados onde a pandemia parecia sob controle tem demandado esforços por parte dos gestores estaduais e municipais em garantir o acesso a serviços de saúde, como testagem para COVID-19 e leitos de UTI, caso necessário. Entretanto, deve ser acompanhada da revisão e atualização das medidas de isolamento social, considerando a possibilidade de manter ou retomar a quarentena em algumas regiões de modo a controlar a pandemia e salvar o maior número possível de vidas.
Figura 2 – Casos e óbitos novos por COVID-19 no Amazonas e em Minas Gerais desde março de 2020.