A cidade de São Paulo, maior capital do país, ainda apresenta Níveis de Risco Elevado para a COVID-19. As medidas de mitigação implantadas foram moderadas e com um nível baixo de fiscalização.
Principais conclusões
O nível de risco de COVID-19 na capital do estado de São Paulo permanece moderado-alto desde o início do mês de maio, segundo classificação do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard.
Segundo dados da secretaria estadual de saúde de São Paulo, até 17 de setembro as mortes acumuladas por COVID-19 totalizavam 12.266 na capital. Usando como fonte o Boletim diário Covid-19 no município de São Paulo de 18 de setembro, o valor de óbitos acumulados por COVID-19 é expressivamente maior, com 19.033 óbitos, representando a soma dos 5.789 óbitos suspeitos com 13.244 óbitos confirmados.
Usando os dados do local de moradia das pessoas que faleceram por COVID-19 na capital, a distribuição dos óbitos foi heterogênea. Os valores mais altos foram registrados no mês de maio nas subprefeituras de Casa Verde, Parelheiros, Santo Amaro, Mooca e Freguesia do Ó, onde as taxas de óbitos por COVID-19 por 100 mil habitantes variaram entre 50 e 59,9.
Desde que foi decretado o Plano São Paulo, com objetivo de organizar a reabertura econômica no estado, a capital permaneceu em níveis intermediários de restrição de atividades, de acordo com a classificação estadual.
Dados inéditos levantados pela Rede de Pesquisa Solidária destacam que a efetividade das normas de regulamentação de restrição de atividades econômicas e circulação de pessoas foi limitada pela falta de fiscalização.
A pesquisa da Rede de Pesquisa Solidária também mostra que há uma escassez de dados disponíveis sobre os esforços de fiscalização às violações das medidas de combate à pandemia. Os dados de fiscalização somente foram obtidos após vários pedidos às subprefeituras e à Controladoria Geral do Município (CGM) e a qualidade da informação não tornou possível uma análise detalhada da estratégia da fiscalização da capital.
Equipe responsável pela Nota Técnica No.25
Coordenação:
Lorena Barberia (USP)
Carolina Langbeck Osse (USP)
Raquel Requena Rachid (PUC)
Colaboração:
Tatiane C Moraes de Sousa (Fiocruz)
Dara Aparecida (DCP-USP)
Luiz Guilherme Roth Cantarelli (DCP-USP)
Maria Letícia Claro (DCP-USP)
Isabel Seelaender Costa Rosa (DCP-USP)
Pedro H. de Santana Schmalz (DCP-USP e CEPESP/ FGV)