Falta de coordenação entre o governo Federal e estados enfraquece a política de distanciamento social. A flexibilização sem critérios pode agravar a pandemia

Na ausência de vacinas, testes e tratamentos, o distanciamento social é a principal estratégia para o combate da pandemia do coronavírus. A partir dos resultados alcançados pelos estados brasileiros e comparados com governos subnacionais da Argentina, Espanha, Itália e EUA, este Boletim discute cenários alternativos para as políticas de distanciamento social: manutenção das medidas vigentes, flexibilizações parciais, flexibilizações mais amplas ou endurecimento das medidas com ampliação das estratégias de fiscalização.

Os resultados foram:

  • As decisões sobre o distanciamento social nos estados brasileiros foram introduzidas relativamente cedo, mas o nível de rigidez destas medidas é inferior ao observado em regiões similares de outros países como Argentina, Espanha e Itália;
  • As medidas e a adesão ao distanciamento social dos estados brasileiros são semelhantes às políticas introduzidas nos estados norte americanos;
  • O distanciamento social adotado na Lombardia (Itália), em Madri (Espanha), na Catalunha (Espanha) e na Província de Buenos Aires (Argentina) é significativamente maior do que no Brasil;
  • Parte significativa dos estados brasileiros começou a sinalizar ou a flexibilizar as medidas de distanciamento social a partir da segunda semana de abril, sem coordenação e sem dados confiáveis sobre número de infectados ou o estágio de expansão da epidemia. Como resultado, nas duas últimas semanas, a adesão ao distanciamento social caiu, inclusive nos estados que não flexibilizaram as medidas.

Responsáveis

Coordenação: Lorena Barberia

Pesquisadores:

  • Natalia de Paula Moreira (USP)
  • Maria Letícia Claro de F. Oliveira (USP e CEPESP/FGV)
  • Luiz Guilherme Roth Cantarelli (USP)
  • Fabiana da Silva Pereira (USP)
  • Isabel Seelaender (USP e CEPESP/FGV)
  • Marcela Mello Zamudio(USP e CEPESP/FGV)
  • Pedro Schmalz (USP e CEPESP/FGV)